domingo, 21 de junho de 2015

Renato - Como uma estrela desce à Terra (Perspectiva Materna)









Confirmei a gravidez através de um teste de farmácia, comprovando que meu corpo, ha
três meses se transformava para abrigar outro. Claro que eu, como mulher, me percebia diferente antes disso...
Meu marido e eu aceitamos e ficamos assustados, afinal não tínhamos muito (não que hoje tenhamos alguma coisa) além da vontade de ter um filho e muito amor pra dar à nossa vida de casal. Eu tinha 18 e ele 24 anos, decidimos fazer arte juntos e ser artista é “mais ou menos” complicado, além de ter fé no teu trabalho, você precisa correr atrás e ser bem cara de pau, diga-se de passagem. Nós amamos o que fazemos e somos isso, não iríamos abrir mão, um filho seria um orgasmo artístico porque tem muuuito amor envolvido e amor é o jeito mais gostoso de se inspirar pra novos trabalhos! Sim, estávamos otimistas e felizes, mas isso depois de pirar um pouco, desacreditando de tudo isso. São processos de aprendizado.
Eu, aceitei meu corpo e aceitei todas as mudanças que estavam por vir, já sabia que não seriam poucas, nem fáceis, que bom que eu nunca gostei das coisas fáceis!
Aceitei também o jeito que meu corpo se adaptava a tudo isso, foi tudo diferente... Crises emocionais todos os dias, às vezes enjôos, o aparecimento de marcas para que eu nunca me esqueça o que eu estava me tornando. Pra mim, tudo isso era magnífico! Nada de sacrifício! Tudo lindo. Era lindo como meu quadril aumentava, como minha barriga enchia, era lindo até as estrias que apareciam. De vez em quando, eu me sentia insegura, mas meu marido sempre me deu a estrutura que toda mulher precisa em fase de “lua cheia”. Ele repetia sei lá quantas vezes por dia o quanto eu estava linda, o quanto ele me desejava e como era lindo meu corpo... Eu nunca tive e agora tenho menos ainda a dúvida de que ele é a pessoa certa pra mim.
Mudamos tudo, além do corpo e do tempo, mudamos a estrutura de nossas vidas.
Eu passei a morar com meu marido, minha sogra e a mãe dela. Fizemos um escritório pequeno e engraçado, porque no quarto não cabia mais nada! Tinha o computador dele, que é indispensável pra nós dois porque usamos pra fazer divulgação do nosso trabalho, pra receber encomendas e meu marido escreve suas poesias e livros nele. Tinha a minha mesa com um monte de tintas (que eu acho pouco), pincéis, potes pra misturar cores, camisetas, moldes de madeira pras camisetas, telas de pintura e madeiras pra pintura também. O Quarto era cheio de papéis, roupas e cheiro de tinta, ainda estava por vir um bebê. Precisávamos de um escritório.
Ganhamos uma cama de casal que ocupou ainda mais espaço, sem dúvidas era melhor do que dormirmos espremidos na cama de solteiro!
Começamos a planejar o parto. Aí ficou tenso.
Eu queria desde sempre um parto humanizado, o mais singelo possível, em que eu não precisasse ficar presa numa cama de hospital onde ninguém se importa com o meu estado emocional, que é o que faz a REAL diferença num trabalho de parto.
Sim, eu queria um parto de índia. Queria agachar, empurrar meu filho e sair andando com ele, o amamentando e muito feliz com sua chegada.
Claro que de início foi impacto profundo na família.
Minha mãe se assustou, teve medo de eu morrer no meu parto por ser inconsequente ou pior, do meu filho morrer por falta de assistência médica e de intervenções necessárias. Meu pai teve o mesmo medo, claro. Eu já imaginava.
Todos estranharam minha escolha, mas todos me conheciam: Quando eu “botava” alguma coisa na cabeça, não tinha quem tirasse!
Aos poucos, fui mostrando vídeos de partos domiciliares, fui evidenciando algumas coisas, alguns procedimentos hospitalares que eram extremamente desnecessários em gestações saudáveis e até em gestações de risco. Intervenções que agrediam o corpo da mulher, o corpo do bebê e a saúde mental dos dois, o que deveria ser preservado em primeira instância!
Aprendi ou Reaprendi que o meu corpo é capaz de gerar e de parir um bebê, que eu teria passagem pra ele no tempo DELE, que eu sentiria dores, que seria rápido ou não, que minha bolsa iria romper ou não, que ele choraria assim que saísse de mim ou não, que eu teria cortes na vagina, devido à passagem do bebê ou não (e que cicatrizaria bem mais fácil e menos dolorido do que uma episiotomia). Bom, eu só precisava parir.
Uma prima nossa recomendou uma doula, que amor que é ter uma doula!
Toda gestante deveria ter a sua, independente do parto desejado... A minha foi uma iluminada, parece que tinha a personalidade que eu precisava naquele momento: calma, super atenciosa, super dedicada e de uma energia linda. Ela sempre soube o que dizer e quando dizer. (GRATIDÃO <3)
Com ela veio a equipe, as enfermeiras, duas igualmente lindas, que me auxiliaram e me ensinaram muito sobre confiar em mim que eu saberia o momento certo das coisas acontecerem.
Fiz meu plano de parto, preparei o quarto pra receber meu filho, preparamos a casa pra chegada dele. Fiquei impressionada com o tanto de coisas que são necessárias para um parto domiciliar, de fato usamos tudo. Eu e meu marido estávamos muito felizes e com 39 semanas começamos a ficar ansiosos...
Dia 7 de Abril foi aniversário do meu amado, e na madrugada do dia 8 vieram contrações. Eu nunca tinha sentido, não tive contrações de treinamento, se tive nem percebi. Ficaram todos eufóricos e decidimos chamar a doula, Aline Tarraga.
Eu sentia que não era hora ainda, mas a ansiedade é tamanha, até atrapalhou.
Não era, de fato. Aline me deu um chá de camomila, ela percebeu que eu estava um pouco estressada e ansiosa, depois foi embora.
Passamos UMA SEMANA achando que eu iria entrar em trabalho de parto de madrugada, agora isso é muito engraçado, mas Ed e eu sabemos o quanto ficamos tensos... Com o passar dos dias e nenhum sinal diferente, eu decidi FINALMENTE relaxar um pouco, me desconectar, deixar meu corpo agir sem aviso prévio. Busquei “ocitocinar” pra ajudar.. Comer coisas que eu gosto, namorar bastante (SIM, com barrigão de 9 meses), saí pra dar um passeio na feira de arte com meu marido e meus pais. Na madrugada de domingo, depois de um dia lindo e proveitoso, comecei a sentir alguma coisa diferente... As contrações estavam um pouco mais fortes e mais cansativas, me tiravam o sono. Vinham de cinco em cinco minutos, de três em três, espaçavam, voltavam, mais forte, mais fraca. Ah que chato!
Eu não dormia, ficava sentada na bola de fisioterapia pra relaxar e tomava chá de hortelã porque é estimulante, a coisa não anda, tensão de novo...
Dormi um pouco e acordei com contrações mais doloridas só que suuuuper suportáveis em comparação ao que estava por vir.
A Aline veio de novo, passamos o dia estimulando, andando de cócoras, tomando chá, fazendo yoga, demos uma volta na rua, estava um dia bonito de outono, mas... Nada de diferente.
Dormi pouco de novo, as contrações estavam chatas, dando dor na lombar, não dava jeito pra dormir com a barrigona, o Renato estava de ponta cabeça, portanto minha bexiga não parava de funcionar. Eu já estava cansada de esperar, cansada de tomar chá e cansada de estar cansada.
Na madrugada do dia 13 de Abril as contrações FINALMENTE ficaram mais intensas. Ed e eu contamos elas e estavam com um ritmo bem marcado, cinco em cinco minutos e com duração entre 45 e 60 segundos. Opa, até que enfim!
Avisei a Aline e parece que ela sabia (acho que ela sabia) porque na hora ela disse que estava vindo pra cá. Eu achei estranho porque eu mesma disse a ela que não era tão necessário que ela viesse ainda, mas ela quis vir, significa que alguma coisa está diferente. Ela chegou aqui lá pelas 4 da manhã, super calma como sempre veio sentir as minhas contrações. Eu não quis chá nem nada, só quis esperar. Todos foram dormir, afinal de contas nada de alarmante acontecia.
Eu fiquei acordada, fui tentar dormir, apaguei durante uma meia hora (meia boca) e acordei sentindo dor. Dei um tapa no Ed e só consegui dizer: Dooooor! Ele acordou todo assustado, eu levantei porque estava horrível ficar deitada e saí rebolando pela casa, o que ajuda bastante no inicio. A Aline acordou comigo já gemendo um pouco, sentiu como estavam as contrações e marcou algumas pra ter certeza, já estava na hora.
Daí por diante minha cabeça apagou bastante coisa, vou tentar detalhar o que marcou pra mim.
Comi açaí, a Aline fazia massagem pra aliviar quando as contrações vinham, eu tirei o vestido que eu tinha dormido, coloquei um top e duas blusas de frio, sentei na cama e fiquei ali durante o que pareceu pra mim, um bom tempo. Disse pra Aline: Eu estou tonta, estou estranha. Ela disse que era normal, eu já estava na partolândia!
Coisa engraçada isso de partolândia, a gente fica parecendo drogada, não consegue formular frases e faz cara de orgasmo o tempo todo. Além disso, eu ainda não conseguia manter meus olhos abertos nem prestar muita atenção na quantidade de coisas que aconteciam a minha volta. Aos poucos isso tudo foi se apagando e eu só conseguia prestar atenção no meu corpo. Minha mãe chegou com a minha tia, ouviu um gemido meu e já saiu chorando (isso eu vi!) e olha que assim que eu a vi eu avisei: “Mãe, eu estou gritando durante as contrações! Não se assusta.” Não adiantou e eu entendo, se fosse a minha filha eu também ficaria assustada. A Aline avisou as enfermeiras,
eu estava numa viagem astral bem crazy, nem sei que horas isso aconteceu.
Lembro dela falando com a Babi Bordegatto, uma das enfermeiras, pelo celular, quando eu comecei a gritar por causa de outra contração e ela colocou o celular perto da minha boca pra Babi ouvir e logo ela chegou... “Logo”.
Aí eu já não pedia, eu implorava massagens! Babi fez o toque pra conferir a dilatação, já que as contrações estavam tão fortes. Eu estava com 5cm, o que é bom, muito bom! Faltavam 5cm, cada contração me ajudava a dilatar e a ultima ajudaria meu filho a descer, vamos lá que tá tudo certo!
Eu não me lembro bem o suficiente de como era a dor da contração, não me lembro porque eu gritava tanto, fiz como as meninas me orientaram, vocalizar realmente ajuda muito. Gritar na hora em que vinham as contrações me dava força, eu me sentia no ápice de tudo que já vivi. É diferente de tudo e gritar é como um instinto que eu tive, uma necessidade.
Eu me sentia como uma ursa, urrava pra mim mesma, pra me fazer acreditar que era capaz de passar por aquela experiência, que eu seria capaz de parir e de criar meu filho.
Nenhuma dor importava, eu só queria que meu filho viesse logo pra mim.
Cinco horas depois chegou a outra enfermeira, a Bárbara C. Grande, que fez outro toque em mim pra conferir novamente a dilatação. Para nossa surpresa e aflição maior: Ainda estava em 5cm!
Primeira coisa que eu pensei: Puta merda! Essas contrações não estão servindo pra nada? Eu to aqui sofrendo a toa? Ah, agora eu já to aqui mesmo, não vou sair, não vou pra hospital!
Depois disso as contrações ficaram MUITO fortes, aquele top e as blusas de frio já não existiam, eu fiquei nua e não quis nem saber!
Em pouco tempo comecei a imaginar uma anestesia bem bonitinha me tirando toda aquela dor e talvez, quem sabe, até uma cesárea! (AF)
Logo me fortaleci.
Teve um momento em que eu sinalizava que “não” com a cabeça o tempo todo, sinal de negatividade, eu estava quase desistindo. A Babi chegou perto e me perguntou por que eu estava “fazendo não”, perguntou se eu estava desistindo ou algo assim. Em seguida eu comecei a “fazer sim”, não como resposta à pergunta dela, mas, a mim mesma.
Sim, eu consigo. Eu vou ter meu filho aqui, em casa, nós dois ficaremos bem.
Detalhe, o Renato que é forte igual a mamãe e o papai, não se cansou nem parou de trabalhar comigo, ele esteve o tempo todo bem!
Meu marido me dava força o tempo todo, eu ouvia palavras de carinho dele o tempo todo, ouvia palavras de carinho de todos. Uma energia forte tomava a casa, todos pedindo intensamente para que tudo fluísse da melhor forma. Foi tão bonito!
Eu ouvia ele me dizer, lá longe como se fosse uma lembrança distante, que eu conseguiria, que eu era forte o suficiente, que ele confiava em mim, que todos confiavam. Ele dizia que eu estava linda, que eu deveria me conectar com a minha ancestralidade, a Aline também dizia. A Babi cantou pra me acalmar, que coisa linda!
 Aí eu comecei a sentir vontade de fazer cocô... Caramba, eu tinha lido em vários relatos  que quando o bebê vai descer dá vontade de fazer cocô, mas, na hora, quem disse que eu lembrei disso?
Eu botei na minha cabeça que me deu prisão de ventre de tanto comer açaí e que isso atrapalharia o parto, que me faria sentir ainda mais dor. A Aline disse que não, mas eu nem tava escutando meus pensamentos direito...
Contrações insuportavelmente suportáveis, o pessoal dizia conseguir ver a cabeça do bebê na minha lombar, eu não queria nem saber! Só queria fazer cocô logo (eu dou muita risada com isso agora). Eu ia no banheiro no intervalo das contrações que praticamente não existia mais, começou a sair sangue, todos ficaram preocupados, mas a Aline, a Babi, meu marido e eu sabíamos que era normal, eu nem liguei pro sangue na verdade.
Me vinha uma vontade absurda de fazer MUITA força, muita mesmo, tipo descontroladamente.
Fui tomar um banho, relaxou bastante, mas as contrações não paravam. A Babi me deu um banquinho pra sentar em posição de cócoras, eu queria chutar aquele banquinho, só conseguia ficar de pé e olhe lá. Mas eu tentei. Ia eu ficar de cócoras com aquela dor danada, não durava nem 5seg daquele jeito. Pediam pra eu ficar em 4 apoios (pior ainda), eu ficava. Só queria que o Renato saísse.
Comecei a GRITAR MUITO, eu estava exausta, já não tinha tanta força no meu grito, mesmo assim eu persistia... Aline me perguntou o que significava aquele grito, eu respondi “força” a ela.
Eu estava dando o máximo de mim, muito mais do que um dia eu achei que fosse capaz.
Eu estava provando pra mim mesma que eu posso parir, que eu posso ser mãe, que meu corpo faz isso perfeitamente assim como as minhas ancestrais faziam.
Nesse momento eu chamei elas, eu chamei toda a minha força de todas as vidas que eu já tive um dia. Eu me emociono quando me lembro tudo que eu pensei nesse momento.
Estávamos no banheiro, eu tentando fazer cocô ainda, Aline e Babi me dando força quando vinham contrações. Eu me levantei e disse com uma cara de frustrada: o cocô
não sai!
A Babi me disse que queria fazer o toque de novo, pra ver o que estava acontecendo. Eu não quis, não queria, queria deixar fluir e se ela conferisse e não estivesse totalmente dilatado eu iria desistir.
Então ela pediu que eu colocasse o meu dedo na vagina. Eu coloquei, senti uma “coisa diferente”, arregalei os olhos e tirei o dedo rapidamente.
Ela sorriu e colocou o dedo pra conferir, já estava de luvas, elas já sabiam!
Olhou pra mim e disse: Seu Renato está aqui! Lua é o seu Renato!
Aí eu chorei rindo, não acreditava, mas já? Eu que achei que isso duraria mais uma eternidade... Eu consegui? Só falta empurrar?
Que coisa mais linda! Eu não aguentava mais nada, depois de ouvir isso parece que a minha energia voltou mais forte do que nunca!
Eu havia declarado no meu plano de parto que queria que o expulsivo fosse na banheira, foi quase isso, foi no banheiro! No banquinho da posição de cócoras que eu odiava até então.
Depois de 15h de trabalho de parto, as 21:05.
Todos começaram a encher a banheira o mais rápido que conseguiam, mas não deu outra, a cabeça do meu Renato já tinha saído pela metade. Invoquei meus anjos e demônios pra fazer aquela força, senti a cabeça dele passar e logo em seguida outra força pra passar o corpinho. Eu fiquei tão feliz, nunca tinha sentido tanto amor, tanta completude, tanta felicidade! Levantei, entusiasmada com a situação e ploc! A placenta nasceu, simples assim, como tem que ser. Saí andando com meu Rei nos braços, meu marido se esguelava de felicidade pelos cantos, isso eu vi num vídeo que fizemos.
Eu só tinha olhos para aquele serzinho lindo de tanta luz... Toda a dor passou, toda a insegurança, todo medo, ansiedade. Agora era tudo amor.
Eu, num passe de mágica, sabia segurar um bebê recém nascido, sabia o amor que tinha por ele.
Eu me transformei, me retorci, e não mudaria absolutamente NADA! Quero outros filhos e quero que nasçam assim, no tempo deles, do jeito deles.
Transitei de donzela para mãe, igual a lua, como todo processo grandioso de evolução nós sentimos dor, sentimos medo. Meu Renato também sentiu, também trabalhou para nascer. A dor do parto é o que nos faz entender o que está por vir, nos faz ser forte para isso.
Toda mulher merecia passar por isso, todo pai deveria acompanhar isso. É único, cada detalhe faz toda a diferença.
O respeito com o nosso corpo, a confiança no sagrado feminino, a confiança no parceiro, no filho...
Abençoada seja a sua caminhada meu pequeno grande Rei, eu te vi sair de mim e não há quem me tire essa lembrança, essa verdade. Você me deu a força que eu precisava.
Renascemos, eu, a Mãe Lua, Renato e papai Ed. 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Renato - Como uma estrela desce à Terra (Perspectiva Paterna)

Meu filho e eu!

Uma experiência que todo homem deveria vivenciar. Está foi a maneira mais racional que encontrei para definir o que vivi enquanto assistia minha Lua parir nosso Rei. O mais incomensurável aprendizado só terá quem estiver pronto a passar pelo processo em sua totalidade.

Quando minha esposa ficou grávida, por volta de Julho de 2014, ainda éramos namorados e ela ainda morava com os pais, então tínhamos muito o que fazer, como é possível imaginar: como anunciar a gravidez para nossas famílias, para preparar a mudança da casa dela para a minha (pois ambos queríamos mais que a responsabilidade, fazíamos questão do prazer de vivenciar o processo juntos, afinal de contas, o filho foi concebido a partir do prazer de nós dois), preparar nosso quarto para a chegada do bebê, prosperar financeiramente para tudo isso e, é claro, queríamos o melhor parto que pudéssemos ter.

Com tantas mudanças de todas as ordens, diversos processos de grandes adaptações ocorrendo em um curto espaço de tempo, a gestação, não foi tão calma quanto poderia; mas, graças a nossa capacidade de resolver nossos conflitos em prol da nossa real felicidade, conseguimos uma gestação muito sadia, sem qualquer risco.

Em Dezembro, a família toda já estava feliz com a chegado do bebê que já tinha nome: Renato! Foi uma emoção acompanhar os ultrassons, chorava toda vez que escutava o coração dele; mas o mais emocionante foi certamente o do quinto mês quando descobrimos que era mesmo um menino! E ele já sabia o nome dele por que ele não queria mostrar o gênero até ouvir o pedido de sua mãe "Renato, abre a perna" e ele abriu imediatamente!          

Enquanto arrumávamos a casa para chegada dele, estudávamos muito sobre os variados tipos de parto e seus procedimentos e, pesadas todas as vantagens e desvantagens para a mãe e sobretudo para o bebê, foi muito fácil para nós (casal) optar por parto humanizado domiciliar.

Ao contrário do que é pressuposto pela grande maioria das pessoas, o parto domiciliar, se bem conduzido e devidamente assistido por profissionais, é a alternativa mais segura e menos traumática para o nascimento e também para o pós-parto, uma vez que é um processo natural ao corpo da mulher, ocorrendo num ambiente onde o organismo já está adaptado; reduzindo as chances de infecção por causa dos anticorpos já formados para as bactérias de casa, além de diminuir o estresse inicial ocasionado pela necessidade de locomoção ao hospital. Garante à parturiente maior autonomia com relação aos procedimentos adotados pela doula e dá liberdade às sensações importantes, sobretudo, para o bebê, como, por exemplo, ficar uma hora em contato pele-a-pele com a mãe assim que nasce para estreitar vínculo através da ocitocina liberada pelos dois e, inclusive, ajuda na expulsão da placenta. As pessoas que assistem ao parto também liberam a ociticina, por isso une a família e dá sensação de acolhimento ao bebê. 

Na contramão disso, há a cesariana, que, só por ser uma intervenção cirúrgica, já oferece riscos muito maiores de infecção, o tempo de recuperação é muito maior e mãe e filho não passam pelo processo de estreitamento de vínculo, por isso deve ser usada com muito critério, apenas quando houver uma necessidade REAL. Só lembrando que cesariana eletiva, na maioria das vezes, antecipa a retirada do bebê, portanto seus pulmões ainda não estão prontos para respirar. O parto normal hospitalar, por sua vez, na maioria dos casos, causa danos psicológicos graves e possíveis danos físicos à mãe e ao bebê, por serem usados métodos de “rotina” desnecessários e sem sequer o conhecimento da mãe sobre as intervenções. Não são raras as mulheres que desenvolvem comportamento similares a vítimas de estupro por consequência de uma episiotomia, além de outros transtornos psicológicos, como a depressão pós-parto que a ocitocina e a placenta (se ingerida) ajudam a controlar.

Claro que esse é o tipo de coisa que apenas se busca quando se precisa, ou nem assim, na grande maioria dos casos; portanto, minha primeira impressão quando a Lua disse que queria parto domiciliar foi achar arriscado. No entanto, não bloqueei a minha esposa nem a mim mesmo. A Lua se mostrou forte e confiante desde o princípio e conforme nossa pesquisa caminhava mais eu me entregava à ideia. Acabei virando um entusiasta deste tipo de parto (como já puderam notar) e dei meu apoio integral à minha esposa. Fiz descobertas familiares no decorrer do processo: minha avó ganhou minha mãe em casa também. Por isso o apoio da minha família era muito forte. Isso me deu uma segurança a mais, a Lua estava totalmente segura também.

A parte mais difícil, excluindo-se o parto em si, foi, sem dúvidas, a achar a equipe certa. Começamos a procurar tardiamente devido às mudanças. Só em janeiro conseguimos contatar aquela que seria nossa doula, Aline Tarraga, mas, até então, não sabíamos direito o que devíamos procurar. Para que saibam, quem quiser fazer parto domiciliar precisa de uma equipe que é normalmente formada por duas enfermeiras obstetrícias e uma doula. Aline foi uma indicação da minha prima Victória, (gratidão prima!) e através dela conhecemos as enfermeiras Bárbara Bordegatto (Babi) e Bárbara Grande (Bárbara) e agendamos uma visita delas a nossa casa.

Foi um tipo de teste de fogo. Era necessário para a equipe saber em que nível estava a segurança psicológica da Lua e a integridade familiar com relação escolha do parto domiciliar, para isso, fizeram muitas perguntas sobre como a Lua lidava com a dor e como família reagiria em situação de estresse. Houve mais algumas reuniões, para exames e, também, para efetuar a contratação.

Um dos dias mais emocionantes e mais divertidos, foi quando a Aline veio fazer a pintura na barriga da Lua. Foi lindo ver o resultado final aparecendo. E como boa pintora que é, a Lua não podia deixar de ajudar. Eu só não ajudei porque no dia eu estava com espírito fotográfico e fiquei registrando processo. Isso já no oitavo mês de gestação.

No último mês de gestação, começaram as contrações de treinamento e com elas as insônias (ainda bem que ela me deixava dormir) e a preocupação de contar minutos de intervalo e segundos de duração (os entendidos entenderão!). Tudo isso tendo de escrever o plano de parto (documento em que descrevemos quem poderia estar aqui durante o parto, o que a Lua gostaria de comer, além de o que, em termos de auxilio com medicina alternativa, a Lua aceitaria). Lua estava muito cansada e, até, estressada por conta da ansiedade, mas mais feliz que nunca!

No dia 5/4 enfeitamos o local onde esperávamos que o Renato nascesse. Um manto negro fôra colocado no hall para preservar o escuro e improvisamos um castiçal com um suporte para vasos e um prato onde colocamos dez velas coloridas que seriam acesas durante o parto para formar a mandala do nascimento do Renato. Nunca mais queria ter desfeito aquele belíssimo cenário! O nascimento, para nós, é um ritual de magia onde a divindade interna da mulher presenteia a humanidade com uma estrela para nos guiar e preencher de sabedoria! È digno de ser admirado e festejado. Lua, dona de uma sabedoria incomum, aceitou passar por um processo doloroso por considerá-lo um processo físico e espiritual de transformação, em que a mulher se prepara para ser mãe. Acho que nunca esquecerei o que a Lua dizia sobre o parto: “Se eu for capaz de parir meu filho, serei capaz de criá-lo”. E sempre que ela dizia isso algo dentro de mim se revirava como se eu dissesse a mim mesmo que se ela podia parir nosso filho, eu tinha de ter a hombridade de acompanhar o processo do inicio ao fim, só assim me sentiria verdadeiramente pai e plenamente capaz de ajudá-la a cuidar do Renato. Somente vendo meu filho nascer, eu me senti realmente merecedor da guerreira que tenho como companheira de vida e da felicidade que recebia através de seu útero! 


Por volta de 1:00 da manhã do dia 8/4, minha esposa sentiu algo mais forte e resolvemos chamar as pessoas que queríamos ter conosco, mas o processo acabou se interrompendo por causa da excessiva preocupação e nervosismo dos presentes. Chamamos a Aline a contragosto, Lua se sentiu muito pressionada e o processo não evoluiu. Durante aquele dia, a Bárbara ligou e, de um jeito exclusivamente dela, colocou a cabeça da Lua de volta em ordem.

Os dias que se seguiram foram recheados de ansiedade, contagens e cansaço. Outra coisa que não esqueço é cara de chateada da Lua quando as contrações lhe causavam dor suportável; ela dizia para o próprio corpo e para mim: “Se é pra doer, dói logo” e eu achava graça. Conversávamos muito com o Renato, a conselho da Babi, dizendo que ele podia sair e que o mundo esperava por ele e que ficaria com a mamãe e com o papai que estavam muito felizes com a chegada dele!

Por causa das contrações cada dia mais freqüentes, a minha amada já não conseguia dormir bem. Lembro que as contrações tinham hora pra começar; eram dois picos: um religiosamente ao cair da noite e outro religiosamente à meia-noite. Fomos orientados a nos divertir para produzir ocitocina, um dos hormônios que desencadeia o processo de parto e que é estimulado pela sensação de prazer. Sim fazer o que se gosta, com quem se gosta ajuda muito a mulher a entrar em trabalho de parto. Obviamente namorar está entre as coisas que mais liberam ocitocina; então, homens e mulheres, não tenham medo de fazer amor. O bebê é protegido pelo colo do útero e isso ajudará o processo. Eu tinha um pouco de medo de machucar meu filho nos últimos dias de gravidez, ele estava de cabeça pra baixo e muito grande e, por conta talvez da paralisia cerebral que me acomete, temia machucar o cérebro do meu filho durante o ato... 

Durante a semana, minha pintora sonhou que era uma árvore retorcida que se destorcia para fazer o filho sair por suas raízes. Quando ela me contou esse sonho, imediatamente eu comecei a chorar, sabia que a hora estava se aproximando e disse a ela “PINTA A IMAGEM DESSE SONHO LINDO” e ela pintou a “Arvore da Vida” depois eu fiz uma poesia de mesmo nome..      

No sábado, dia 11, fomos caminhar na praça com a família da Lua pra relaxar e nos lembrar que a vida é feita de outras coisas que não partos. Estávamos imersos demais na situação. Ver a Lua sorrindo naquela noite foi uma das coisas mais lindas que já vi, parece-me que revigorou a confiança dela em si mesma.

Tarde do dia 12/4
Era tudo que ela precisava! Na madrugada do dia seguinte, 12/4, o processo se tornou mais intenso. As contrações começaram a doer, e para Lua reclamar de dor é por que a dor é muito forte, mas nesse estágio ela ainda não gritava. Chamamos a Aline já era de manhã ela veio e chegou por volta das 11:00 horas. Almoçou conosco, e passou a tarde fazendo exercícios pra ajudar as contrações a se intensificarem. Lua, fazia yoga, andava pelo hall de cócoras, sentava numa bola de fisioterapia, eu assistia aquilo e achava artístico. Não me lembro o que eu disse, mas certamente foram palavras de incentivo. No final da tarde já eram umas 16:30, elas foram passear na rua, abraçar árvores... Era muito bom ver aquilo, Parecia uma cerimônia de ligação com Mãe Terra quando voltaram a Lua se sentou numa cadeira de balanço e caiu no sono. Aline esperou mais uma hora e decidiu ir embora. 


Aline conosco no dia 12/4



Lua dormiu até umas 21:00, 22:00 horas. Acordou tomou um banho e jantou, conversamos um pouco, as contrações voltaram fortes e chamamos a Aline que já estava vindo para cá. Foi realmente incrível a conectividade. A Aline chegou às 3:00, avaliou a situação e disse-nos para tentar descansar; dormimos um pouco..

Acordei por volta de 5:00 com minha esposa me dando um tapa e gemendo porque estavam doendo as contrações, não tinha dormido mais que 20 minutos e já aparentava sinais de cansaço. Chamei a Aline imediatamente e ela começou a fazer massagem na região lombar da Lua para que a dor ficasse o mais branda possível!

Lembro que lá pelas 7:00 da manhã, a Lua já estava gritando de dor, a casa já estava acordada e discutíamos se ligávamos ou não para a mãe da Lua, pois ela estaria saindo para trabalhar.  Ligamos e dissemos para que ela esperasse, pois a Aline ainda não tinha certeza de que o processo não pararia de novo, se intensificou mais e, lá pelas 11:30, minha amada pediu par que chamássemos a mãe; à essa altura, ela estava com frio e morrendo de sono; sentava-se na cama para dormir entre as contrações e acordava para ficar de pé e gritar, pois isso aliviava sua dor; mesmo assim, eu fazia questão de transmitir a ela que o processo de chegada do nosso Rei estava lindíssimo. Ela já tinha entrado na partolândia (na fase ativa do parto, o cérebro feminino desliga a parte racional para melhor suportar a dor. O corpo das mulheres possui adaptações incríveis!), e já não parecia me escutar.

Quando minha sogra (Sol) e sua cunhada (Fia) chegaram, a Aline já havia contatado a Babi dizendo que a Lua estava no trabalho de parto ativo. A Sol abraçou a Lua e chorou. A Lua comeu um potinho de açaí e foi a última coisa que comeu até mais ou menos 23:00: Babi chegou já era quase 13:00 e me convenceu a dormir um pouco, afinal, a dilatação ainda estava em cinco centímetros. Deitei-me do lado da Lua e apaguei por uma hora e alguns quebrados, eu acho. Acordei com a Lua gritando. Que coisa difícil é você ver a pessoa que você ama gritando de dor e ter de achar meios pra fazer com que ela suporte mais dor, mas, nessa fase, eu ainda estava seguro quanto a isso. Lá pelas 15:00 horas a Lua teve ataque de calor, arrancou toda a roupa e a Babi pedia para que ela se inclinasse para frente e não para trás, para facilitar a decida do bebê.

Era mais de 16:00 horas quando a Lua decidiu que queria ir pra piscina, lá o processo diminuiu um pouco de intensidade e ela conseguiu descansar um pouco, mas a Bárbara chegou e queria que a Lua fizesse exame de toque para saber a quantas ia a dilatação. No inicio, a Lua resistiu parecia receosa, e tudo o que menos queria ouvir, era uma má notícia, mas no fim da tarde, ela cedeu, quando ouviu da Bárbara (se não me engano foi dela) que a água quente da piscina podia parar o processo. Ela foi retirada da piscina, e levada a cama para fazer o exame de toque. Foi um baque em todos quando souberam que ela ainda tinha os mesmos 5 centímetros de dilatação. Foi sem dúvidas o momento mais tenso do parto, deixou a todos preocupados, praticamente esgotou meus recursos psicológicos para lidar com a situação e desanimou muito a Lua, acho que, se em algum momento, ela pensou em desistir, foi na meia hora que se sucedeu.  

Eu durante o parto
Eu sabia que precisava incentivá-la, só não sabia como. Minha mente passou a fazer o que podia pra tentar fazer com que ela soubesse que eu estava ali, ao lado dela passando por tudo com ela. Passei um momento de criação inspirado conscientemente no método Grotowiski de teatro. O método consiste basicamente em criar algo totalmente novo a partir da exaustão das possibilidades. Pensei desesperadamente em TUDO que já tinha feito e só uma coisa nova me ocorreu. GRITAR COM ELA! Se não me falha a memória, a ideia veio do momento em que a Lua respondeu “FORÇA” à pergunta da Aline “Qual a emoção que tem no seu grito?”. Na contração seguinte eu gritei “FORÇA, AMOR!”. Deu uns quinze minutos e a Lua me pediu pra parar de gritar. Fiquei mais alguns momentos ao lado dela, mas precisei sair pra respirar, já estava sentindo que eu estava atrapalhando. Minha cabeça estava pensando no que dizer a ela se ela desistisse, as pessoas da família estavam claramente abaladas. Lembro que quando eu estava saindo do quarto, minha amiga, Etel, estava chegando. Ela me perguntou como eu estava, eu disse: “um pouco abalado” tomando muito cuidado para que a Lua não me escutasse. Fui à sala, estavam todos visivelmente preocupados, mas a mais preocupada certamente era minha sogra. Me lembro de ter dito a ela que a filha é uma guerreira e que sempre que queria algo de coração, ela conseguia; não seria diferente dessa vez e que eu não ia desistir dela. Aí sai pra garagem tomei um ar e fui à cozinha comer alguma coisa.

A Bárbara me perguntou se eu estava seguro. Minha resposta foi   “Se ela desistir, eu vou falar com ela. Eu não desisto da minha esposa!”. Logo depois disso, a Bárbara teve de sair para atender a outro parto, Babi e Aline já nem vinham pra sala.

Voltei ao quarto, a Lua estava de quatro no chão e sacudia negativamente a cabeça, a Babi perguntou se esse não era por que ela achava que não ia conseguir, imediatamente minha amada passou a balançar afirmativamente a cabeça e todos os que estavam no quarto entenderam que o gesto era “eu vou conseguir!”.
Babi e Aline cuidando da Lua 

Não sei dizer exatamente quanto tempo depois, mas a Lua quis ir ao banheiro e eu voltei à sala. Quando voltei ao quarto, depois de uns quinze ou vinte minutos, minha esposa estava sagrando! Todo mundo preocupado, mas eu estava sentindo uma felicidade inexplicável de ver que ela estava sangrando! Instintivamente, eu sabia que aquele era o sinal que estávamos esperando! Renato ia nascer em pouco tempo. A Lua foi mais uma vez ao banheiro e não saiu mais de lá, escutar os gritos dela me causava muita ansiedade, mas administrei bem a vontade de invadir o banheiro pra saber o que estava acontecendo. Babi veio nos dizer que ela estava no chuveiro e que disse que nunca mais a tirassem dali, ela tinha até dormido lá. Minha confiança na Lua foi extremada por esse processo!

É MUITO DIFÍCIL ter de confiar na sua esposa, acreditar que a mente e o corpo dela vão aguentar a pressão, é o tipo de situação que estreita laços e deixa o amor muito mais forte!   

Passaram-se mais creio que uns 30 minutos, e a Babi abre a porta do banheiro dizendo pra gente encher a piscina que o Renato estava nascendo! Foi um corre-corre de balde, a Lua esperava de pé apoiada na pia, a água não esquentava e a Babi deu a ordem de parar para apreciar o Renato nascendo. Colocou um banquinho pra Lua se sentar na porta do banheiro, a Lua sentou, a Babi aparou o bebe enquanto a Aline segurava a Lua por debaixo dos ombros pra ela não cair.

Quando veio a última contração a Lua já estava trêmula de dor e de falta de energia, nessa hora eu perguntei pra Etel que horas eram, ela respondeu “Nove e Cinco”. Foi o tempo certo da gente olhar pra Lua e ADMIRAR o Renato nascer nas mãos da Babi que o colocou imediatamente no colo da, a partir de então, mamãe LUA! E o garoto abriu um berreiro tão forte que nem parecia um bebê, enquanto isso, o povo se abraçava e chorava de felicidade e alívio! 

Infelizmente, assisti a tudo isso de longe. Não consegui achar um jeito de descer rapidamente da cadeira, mas depois que o Renato nasceu, eu me aproximei e, com a ajuda da Babi cortei o cordão umbilical depois que ele já tinha parado de pulsar. Ai Lua levantou e a placenta literalmente caiu no chão e ela nem ligou, foi pro quarto e se deitou na cama. Eu tive que praticamente ser seguro para não mergulhar na piscina, era muita felicidade para um momento só!!!

Ficamos todos mais uma hora hipnotizados pelo bebê! Só olhávamos pra ele! Lua era só felicidade! Só depois de uma hora de muitos abraços e fotos é que a Babi o pegou para examinar. Nasceu com 48 cm. 3,05 kg. E com todos os reflexos em ordem!  Bebê nota 10, Lua não teve laceração e estava visivelmente bem e apaixonada pelo bebê! Renato hoje é um bebê que, após dois meses de nascido, é extremamente calmo e já interage com tudo e todos à sua volta!

Renato recém-nascido



Agradeço muito a equipe e a todos que estiveram aqui, em corpo ou em espírito, no momento mais importante de nossas vidas! 

Família