quarta-feira, 13 de julho de 2016

Pequeno relato + Convite!


Boa tarde respeitável público!


Hoje eu, Lua Rodrigues, lhes trarei minha perspectiva sobre fazer parte desse brilhante espetáculo que é O Brilho de Uma Alma, aproveitando para convidá-los a conhecer com seus próprios olhos.

Vamos lá, uma coisa de cada vez...





Quando se vê um espetáculo pronto nem imaginamos (a não ser os próprios trabalhadores de arte e cultura) o trabalho que envolve se conceber uma ideia e colocar num "plano tridimensional". Ser atriz/ator é dar vida, dar o corpo, é criar até mesmo os caguetes de um novo ser que nunca vimos antes. Isso é de uma intimidade às vezes incômoda.
Explicando: para conhecer bem alguém precisamos conviver com este ser, não é o que dizem? Os casados me entendem. Nem assim, morando juntos, conhecemos. Ainda ficam para trás, nas relações artificiais, os segredos no fundo do baú. Por isso a coisa precisa ir além.

Os textos do meu marido são geniais, eles já tinham sua própria vida antes de interferimos cenicamente neles mas juntos eles são mais que momentos, que fotografias; juntos eles se tornaram uma verdadeira história de início, causa/ consequência e fim.

Ed e eu fizemos e ainda fazemos a cada dia um intenso mergulho psicológico acerca e bem no fundo do que é O Brilho de Uma Alma. Conseguimos através da nossa sintonia natural extrair duas encantadoras personagens que de tão incríveis e universais só puderam ser traduzidas como Corpo e Alma.

Agora, imaginem vocês, dois seres.

Casamo-nos com eles, dormimos com eles, observamos todos seus sonhos, traumas, todas as suas ideologias, todas as suas explosões e seu controle. Como reagem à dor, à magoa, ao amor, ao sexo, à indiferença e à raiva. Como gostam de se vestir, como usam os cabelos, como veem o mundo.
São infinitas as características a serem enumeradas.
O ator tem, na minha concepção ao menos, de buscar entender cada uma delas. É infinito mesmo.
Naturalmente, começamos rasos e com o tempo passamos a entender, empaticamente, o que aquele novo ser que não passava de ideia, tem para nos ensinar. Depois de tanto mergulhar chegamos no momento do qual eu mais me fascino em contemplar/ viver: a fusão.

Do que eu estou falando? Estou falando que uma ideia tem vida própria. Como os códigos são resolvidos cabe ao artista.
A arte, para mim e para o Ed, é um processo mediúnico.

Nosso processo até hoje consegue me fundir à Alma em ALGUNS momentos, confesso. Cada vez que este espetáculo me leva a isso é um orgasmo diferente. Eu realmente aprendi muito com a sabedoria desta personagem, deste infinito que antes era apenas "o verbo". Digo-lhes com toda a certeza, o verbo, a ideia, é tudo que precisamos pra criar um novo universo. O poder de criação, a modelagem da massinha, está sempre em nossas mãos.

O momento de fusão do ator com a personagem não há somente ator, enquanto persona, nem personagem apenas. Se houvesse apenas ator seriamos mecânicos e superficiais, se houver apenas personagem seria incorporação (isso acontece, mas é tão instintivo que perdemos o processo em técnica e observação, ficando apenas à mercê da "vontade de incorporar" da personagem ou como preferirem, à mercê da sorte). Com o passar do tempo a gente aprende a equilibrar as forças, esses dois universos, duas personalidades que são o ator e a personagem.
Ed e eu estamos neste processo incrível e esse é um dos motivos pelo qual respeitamos essa obra de arte como orgânica. Faz parte de nossa proposta e passamos a assumir isso.
Explicando melhor: a cada vez que o espectador nos prestigiar, terá novas surpresas.


Vamos deixar claro nosso crescimento e é por isso que você que já nos viu em cena pode ver novamente e se encantar com outras possibilidades, assim como Ed, eu e a Andrea.
VOU ressaltar, você que ainda não nos viu, não perca a oportunidade de mergulhar conosco nessa montanha russa emocional.

Não é só sobre deficiências físicas. É sobre deficiências humanas.
É pra todo mundo!
Esperamos, de todo o coração, sermos eficientes nesta proposta e dar o nosso melhor em todos os momentos que eu e Alma tocarmos nossos pés descalços em qualquer lugar que eu chamo de palco.
Venham conosco!

O próximo espetáculo acontecerá dia 30/7, um sábado, num espaço cheio de boas energias que é o Clariô, às 20h.
Temos a graça de uma atriz natural e intérprete de LIBRAS.
Venham cegos, venham surdos, venham cadeirantes, venham tristes, míopes, asmáticos, decepcionados, baixos, altos, gordos, magros, venham os que aprendem e os que ensinam.
Venham TODOS!
Abaixo mais informações:




                                         Gratidão e até logo!