Boa tarde respeitável público!
Hoje eu, Lua Rodrigues, lhes trarei minha perspectiva sobre fazer parte desse brilhante espetáculo que é O Brilho de Uma Alma, aproveitando para convidá-los a conhecer com seus próprios olhos.
Vamos lá, uma coisa de cada vez...
Quando se vê um espetáculo pronto nem imaginamos (a não ser os próprios trabalhadores de arte e cultura) o trabalho que envolve se conceber uma ideia e colocar num "plano tridimensional". Ser atriz/ator é dar vida, dar o corpo, é criar até mesmo os caguetes de um novo ser que nunca vimos antes. Isso é de uma intimidade às vezes incômoda.
Explicando: para conhecer bem alguém precisamos conviver com este ser, não é o que dizem? Os casados me entendem. Nem assim, morando juntos, conhecemos. Ainda ficam para trás, nas relações artificiais, os segredos no fundo do baú. Por isso a coisa precisa ir além.Os textos do meu marido são geniais, eles já tinham sua própria vida antes de interferimos cenicamente neles mas juntos eles são mais que momentos, que fotografias; juntos eles se tornaram uma verdadeira história de início, causa/ consequência e fim.
Ed e eu fizemos e ainda fazemos a cada dia um intenso mergulho psicológico acerca e bem no fundo do que é O Brilho de Uma Alma. Conseguimos através da nossa sintonia natural extrair duas encantadoras personagens que de tão incríveis e universais só puderam ser traduzidas como Corpo e Alma.
Agora, imaginem vocês, dois seres.
Casamo-nos com eles, dormimos com eles, observamos todos seus sonhos, traumas, todas as suas ideologias, todas as suas explosões e seu controle. Como reagem à dor, à magoa, ao amor, ao sexo, à indiferença e à raiva. Como gostam de se vestir, como usam os cabelos, como veem o mundo.
São infinitas as características a serem enumeradas.
O ator tem, na minha concepção ao menos, de buscar entender cada uma delas. É infinito mesmo.
Naturalmente, começamos rasos e com o tempo passamos a entender, empaticamente, o que aquele novo ser que não passava de ideia, tem para nos ensinar. Depois de tanto mergulhar chegamos no momento do qual eu mais me fascino em contemplar/ viver: a fusão.
Do que eu estou falando? Estou falando que uma ideia tem vida própria. Como os códigos são resolvidos cabe ao artista.
A arte, para mim e para o Ed, é um processo mediúnico.
Nosso processo até hoje consegue me fundir à Alma em ALGUNS momentos, confesso. Cada vez que este espetáculo me leva a isso é um orgasmo diferente. Eu realmente aprendi muito com a sabedoria desta personagem, deste infinito que antes era apenas "o verbo". Digo-lhes com toda a certeza, o verbo, a ideia, é tudo que precisamos pra criar um novo universo. O poder de criação, a modelagem da massinha, está sempre em nossas mãos.O momento de fusão do ator com a personagem não há somente ator, enquanto persona, nem personagem apenas. Se houvesse apenas ator seriamos mecânicos e superficiais, se houver apenas personagem seria incorporação (isso acontece, mas é tão instintivo que perdemos o processo em técnica e observação, ficando apenas à mercê da "vontade de incorporar" da personagem ou como preferirem, à mercê da sorte). Com o passar do tempo a gente aprende a equilibrar as forças, esses dois universos, duas personalidades que são o ator e a personagem.
Ed e eu estamos neste processo incrível e esse é um dos motivos pelo qual respeitamos essa obra de arte como orgânica. Faz parte de nossa proposta e passamos a assumir isso.
Explicando melhor: a cada vez que o espectador nos prestigiar, terá novas surpresas.
Vamos deixar claro nosso crescimento e é por isso que você que já nos viu em cena pode ver novamente e se encantar com outras possibilidades, assim como Ed, eu e a Andrea.
VOU ressaltar, você que ainda não nos viu, não perca a oportunidade de mergulhar conosco nessa montanha russa emocional.
Não é só sobre deficiências físicas. É sobre deficiências humanas.É pra todo mundo!
Esperamos, de todo o coração, sermos eficientes nesta proposta e dar o nosso melhor em todos os momentos que eu e Alma tocarmos nossos pés descalços em qualquer lugar que eu chamo de palco.
Venham conosco!
O próximo espetáculo acontecerá dia 30/7, um sábado, num espaço cheio de boas energias que é o Clariô, às 20h.
Temos a graça de uma atriz natural e intérprete de LIBRAS.
Venham cegos, venham surdos, venham cadeirantes, venham tristes, míopes, asmáticos, decepcionados, baixos, altos, gordos, magros, venham os que aprendem e os que ensinam.
Venham TODOS!
Abaixo mais informações:
Gratidão e até logo!



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