Boa noite, galera.
Como sabem, estivemos na 23ª Bienal Internacional do Livro,
realizada no pavilhão de exposições do Anhembi de 22 a 31 de agosto. A Lua e eu
estivemos por lá nos dias 22, 23 e 24 e o resultado, conforme dito no post
anterior (publicado no dia 24), está sendo muito bom. Eu esperava um bom
retorno, por isso, tracei uma boa estratégia. Já tinha uma experiência na
bienal de 2012, com meu livro “Infinitivos – Onde Tudo é Possível”, mas foi uma
participação restrita a apenas uma tarde. Dessa vez, utilizei o conhecimento adquirido
na última oportunidade para maximizar nossas ações. Claro que a Lua é minha
maior motivação, sem ela não teria feito o livro. No entanto, a parte
interessante de uma ida mais organizada a esse evento não é propriamente a motivação, mas as percepções que ocorrem no decorrer do tempo. Estou aproveitando
para estudar várias coisas referentes à diversidade artística que nós
praticamos.
Aí vocês me perguntam: o que tanto se pode estudar num evento que
é voltado para livros?
Na bienal, há diversos tipos de público, o que permite um
mapeamento de que público estamos atingindo. Estou bem surpreso com este
resultado, esperava um público mais jovem e mais “unissex”. Entretanto, não é
de todo espantoso que, em se tratando de uma leitura tão psicológica do
fenômeno amoroso quanto a que é ofertada por “Porta Encostada – Entre a
Resiliência e a Obsessão”, seja preciso certa maturidade e certas reflexões que
muitas vezes só são feitas a partir da vida adulta; mesmo assim, acreditava
que, por se tratar de uma leitura masculina, atrairia mais homens do que tem
atraído. Neste sentido, “Infinitivos” é
mais abrangente.
Um outro estudo que venho fazendo é quanto à abordagem às
pessoas, é quase uma ciência exata! Muitos autores não tomam essa estratégia de
abordagem ao público. É realmente bem difícil. Ficar na mesa não dá lucro
financeiro, mas garante a atenção de quem se aproxima pra conhecer a obra. A
estratégia de abordagem requer ousadia e precisão. A informação tem de ser
passada de maneira precisa e rápida para que desperte o interesse, todavia, não
pode ser algo muito superficial ou demasiado vago, pois, se o for, dificilmente
o possível leitor se assegurar de que está falando com o profissional que criou
aquela obra. Achar esse equilíbrio de discurso e saber variá-lo de acordo com o
que a pessoa apresenta é uma árdua tarefa.
Para tornar a tarefa ainda mais interessante, o público varia
muito de acordo com a hora e com o dia. Por exemplo: Na sexta, dia 22, eu
esperava uma casa mais cheia, visto que era o dia de abertura; porém, só estavam
presentes alguns representantes das editoras, alguns autores e, conforme a noite
caia, alguns professores chegaram. Foi um dia pra conversar com pessoas da área.
Conhecemos uma autora de livros infantis, Hilda Milk, que nos ofereceu um
espaço em seu grupo no facebook “Escritores Sem Fronteiras”. Fica a dica para
quem gosta de ler e para quem gosta de escrever. Ela também mantém um blog
coletivo de mesmo nome. Deixarei o link na nossa lista Blogs Interessantes para
quem quiser conhecer.
No sábado, 23, o público lotou o espaço da bienal. Dava pra
notar que eram pessoas culturalmente formadas e portadoras de um senso crítico apurado.
Realmente se interessavam em ouvir o que dizíamos sobre o livro e sobre nosso
trabalho artístico.
Já no domingo, 24, me pareceu um público mais estudantil e, em sua maior parte, culturalmente mais desfavorecido. Certas situações que, por hora, prefiro não citar, me incomodaram a ponto de me inspirarem algumas crônicas ou futuros contos. Aguardem, virão coisas boas por aí!
Por causa do sucesso, a Lua e eu decidimos aumentar mais um
dia na nossa programação. Estaremos na Bienal nos dias 28, 29, 30 e 31, sempre
a partir das 15 horas (se o transito permitir). Quem quiser nos encontrar, procure
no estande da All Print Editora, Rua H nº370.
Forte abraço!
Edgar Izarelli