Uma estrelinha me perguntou como conheci a Lua... Minha resposta naturalmente saiu acordando com as regras da escrita poética!
Estrela minha, minha menina, muitas vezes,
conhecer não basta, é preciso reconhecer! E foi assim que reconheci a Lua:
Era início maio, e minha “Dama do
Outono” não falha em me trazer a renovação dos ciclos. Um sarau maravilhoso nos
acolhia na Casa de Cultura Santa Tereza, a deusa Poetisa me abençoava, me fazia
declamar "A Caixinha Mágica" e a mágica da minha caixa pulsante era a
Lua, mas ainda não o sabia.
Lua era abençoada pela Música! Brilhava esplendidamente na minha frente, como se pedisse diretamente ao meu sentimento: "Não me abandone jamais!". Eu estava inclinado para o lado errado do meu ser e, cego de mágoas anteriores, iludia-me e cobiçava uma pedra preciosa aos valores terrenos e não reconheci de imediato a deusa celeste que guiaria minhas marés. De certo, porém, algo naquela mulher já havia me cativado. Seu sorriso, seu olhar, sua voz... O abraço quente durante as manifestações do inverno daquele ano.
Lua era abençoada pela Música! Brilhava esplendidamente na minha frente, como se pedisse diretamente ao meu sentimento: "Não me abandone jamais!". Eu estava inclinado para o lado errado do meu ser e, cego de mágoas anteriores, iludia-me e cobiçava uma pedra preciosa aos valores terrenos e não reconheci de imediato a deusa celeste que guiaria minhas marés. De certo, porém, algo naquela mulher já havia me cativado. Seu sorriso, seu olhar, sua voz... O abraço quente durante as manifestações do inverno daquele ano.
Levou o tempo calmo, sim, de formamos uma bela amizade até
que nos reconhecêssemos almas gêmeas. Ela foi me mostrando todas as suas fases
e todos os sonhos que pintava das imagens que via em seu coração. A Lua era um
anjo abrindo as asas e eu a guiei no primeiro vôo. O primeiro sinal veio
diretamente de seu coração, uma lembrança de alguma vida interior, cheia de
simplicidade e alegria, que tínhamos, sem saber, mas querendo muito, resgatado
ao nos abraçar.
Lembro-me, como se tivesse sido hoje mesmo, do nosso primeiro
encontro a dois. Aconteceu por força do destino, após uma reunião sobre a
conferência municipal de cultura... Pedi a ela que ficasse comigo naquela
tarde, ela ficou... Eu deitado em seu colo, no banco de uma praça, a conversa
transcorria leve como “um sonho de uma noite de verão” sobre a espiritualidade
da natureza. A própria rainha das fadas parecia estar presente para dar as
primeiras bênçãos ao casal que se formava. As estrelas brilhando sob o sol de
primavera e o céu azul de Agosto davam ao local uma certa magia peculiar que
nos deixava muito à vontade. Era-me então impossível não a reconhecer minha
mulher, minha companheira de vida e até, quem sabe; de outras vidas! Sua
beleza refletia claramente a beleza de sua alma. Aqueles cabelos cacheados ao
vento, a saia longa, o sorriso calmo, olhar doce que espalhava sua prata sobre
meu corpo e o coração melódico e sem pressa.
Mesmo com tantas evidências, eu ainda relutava com a ideia
de estar apaixonado pela musa de todos os outros poetas. Muitas outras almas se
encantavam e dedicavam á ela a poesia que me era tão amiga e tão íntima
travestida em outros estilos, que, aos meus olhos, eram menos suaves, mas
igualmente sinceros, ternos, belos...
A própria rainha das fadas teve de voltar e emprestar, por
um instante, toda sua elegância e divindade, à minha sacerdotisa lunar, para
que eu, trajado de rei dos elfos, no epílogo de um ensaio, pudesse a reconhecer
novamente e dissipar qualquer dúvida que ainda pudesse enevoar a visão perfeita
do meu coração. Aquela Lua setembrina era mesmo a rainha da minha natureza!
A partir de então, e de novo, foi a estrela-guia da arte que
nos aproximou, mas, dessa vez, sob ares de pretextos. Organizações de eventos,
os eventos em si, um novo grupo de teatro, ideais artísticos, poesias de rua,
amigos valiosos, madrugadas viradas em versos, apresentações, percepções, muitos
carinhos, mútuos caminhos trilhados conjuntamente... Momentos a sós! E “a loucura
é”, de fato, “a cura, se o ventre que a concebe a entende por amor!”
A decisão final ainda parecia distante, meus traumas me
prendiam. No entanto, a Lua sempre soube desconsertar os muros de meu coração, demostrando com todas as suas atitudes, exatamente o que ela queria. Tão determinada e fortemente, que já me era impossível dizer não. E ainda, para completar as coisas, os ciúmes, às vezes, vêm para o bem... Não a
queria roubar do mundo que ela parecia prezar, mas não podia deixá-la ir sem
que soubesse dos meus mais sinceros sentimentos e fui forçado a admitir para
mim mesmo e para ela que eu é que precisava desse amor! Que eu a "amo como
quem espera pra nascer!"
Em resposta, outubro abriu-se com
a graça um beijo de amor que me foi, verdadeiramente para mim, o primeiro! A
"Cumplicidade" tão natural aos amantes, foi ainda mais natural para
nós, que entendemos e apreciamos a natureza de ser natural! Com essa mesma
naturalidade, nossas mãos se deram à chance de se mostrar e permanecem dadas
até hoje.
Descobri, naquele instante, que é a minha missão maior
refletir para a Lua a própria beleza e me tornei mar irrestritamente profundo e
transparente para espelhá-la em meus olhos, em minha pele e essência.
De lá para cá, se derramaram pouco mais de 13 luas de amor
na ampulheta da vida e elas acompanharam muitas escolhas, decisões, mudanças de
pensamento, discussões, crises existenciais, continuidades, a confiança, a
intimidade, viagens, trabalhos a dois, sucessos, medos, inovações, saudades
crescentes, mandalas da Lua Cheia, chuvas de estrelas e agora a distancia está
finalmente minguando...
Não nos fora sequer necessária a formalidade de pedir, já
estava tudo certo para a eternidade que agora começamos a viver! Toda a nossa
história registrada pelas sábias mãos da arte! Nossa poesia, toda a poesia que
se exala de nosso amor, é uma imensa Luz de Prata que nos cura a alma e nos faz
reverberar a força de ser espelho luminoso do amor e de todos os seus
obstáculos derrubados!
Amor, minha Lua, meu sentimento por você não para de crescer
e já transbordou por todas as futuras páginas da minha história. Muitos livros
ainda haveremos de escrever e ilustrar, muitas performances ainda estão por se
apresentar, muitas obras-primas pra criar... Mas a arte se tornou mais bela e
mais palpável quando se revelou "ESPELHO" da nossa realidade! Espero
poder continuar re-conhecendo você dia após dia!
Edgar izarelli de Oliveira
Nossa, Edgar...sem palavras!
ResponderExcluirMuito linda a história de vocês dois!
Parabéns e muita felicidade ao casal!
Rodrigo da Rosa