terça-feira, 13 de maio de 2014

Ah! Como a Lua me Inspira...


Bom dia (ou, melhor, boa madrugada), gente! 
A poesia abaixo foi inspirada nos óculos novos da Lua! POIS É, estávamos conversando sobre eles e,  literalmente do nada, ela começou a falar pra que ela precisava de novos óculos, disto saiu a poesia dela "Precisa-se de novos óculos para:" (clique para ler a poesia), postada por ela ontem. Imediatamente, me aprofundei na ideia que ela levantou e, ali, descobri a inspiração que ressuscitou um velho projeto meu, os "Classificados" (clique para ver outros textos deste estilo). Classificados é uma linha poética que desenvolvo desde outubro de 2012. Essa linha utiliza uma linguagem de classificados de jornais para falar sobre a emoção mercantilizada da contemporaneidade. E se a Lua começou a inspiração, ela também acabou a poesia. No post de divulgação no face dela, ela escreveu  "(of)tramlogista", o que eu enxerguei de outra maneira... Of, em inglês, é uma preposição que realiza quase a mesma função do no nosso "De", mas "OFF" significa, entre outras acepções, desligado...
Sendo assim, a Lua foi a gênesis  e o apocalipse dessa poesia que recheei de mim!                   


"Procura-se um bom oftalmologista pro meu coração...
Sim, quero uma lente de contato com a minha realidade onírica.
Estou perdendo meus sonhos de vista!  

Os olhos precisos da minha alma se cegaram com as indicações alheias
E estou perdendo preciosas companhias por não conseguir mais ler entrelinhas.

Imagens do consciente são nitidamente uma implicação,
Porque não há pontos ainda cegos na retina do que é instintivo!
Mesmo assim, meu nervo ótico não me conecta diretamente com o que vejo,
Dá voltas doentias e torna tonto o meu esforço pra me localizar no mundo que habito.

A miopia dos meus bons sentimentos já me fez reconhecer
O rosto da reciprocidade em muitas máscaras sorridentemente sarcásticas.

A hipermetropia da minha confiança já me impediu de enxergar
Inesperadas atitudes em suas verdadeiras intenções.
É claro que, depois de tantas desilusões, já desenvolvi até fotofobia!

Meu estrabismo de nascença não me permite o foco na banalidade,
Mas, em compensação me dá a possibilidade de enxergar a arte com naturalidade
E, por mais estranho que pareça, é com estes olhos tortos que eu vejo a humanidade.

Mas o que mais desejo é poder ver de novo o arco-íris das minhas emoções
Por que minha razão daltônica só me permite imaginações destorcidas
E miragens em múltiplos tons de cinza...

Bom, pensando bem...
Com esse diagnóstico deveria procurar um...
Off-traumologista!"


Edgar Izarelli de Oliveira

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