"Virada cultural cheia de emoções, me
causando refluxos gástricos de palavras entusiasmadas! Começamos bem,
assistindo ao sarau Tenda Literária, na Ladeira da Memória... Estruturas em
geral foram bem montadas, não tivemos problemas com microfonia e outros bichos
de palco, o que é bem bom e merece ser considerado. Apresentações enérgicas,
com a galera das quebradas super representando como sempre. A beleza da arte
marginal é indiscutível!!! Houve uma ênfase na poesia feminista, negra e pobre,
o que é demais! Poesias muito bem interpretadas por quem sabe do que se trata,
no dia a dia e por quem simplesmente não aceita engolir os sapos de todos os
dias... Pessoas e suas histórias, sempre divinas e cheias de poréns e vírgulas,
é mais do que necessário que nossas histórias sejam contadas, que nossas
injúrias sejam registradas e estejam presentes em um evento de grande porte
como a Virada Cultural, acredito que esse sarau tenha agradado à muitos
espectadores com sua qualidade. Takumi Matos e Edgar Izarelli fizeram um
diálogo teatral, com improvisos e palhaçada pra variar né rs. Com participação
especial de EU MESMA, segurando o microfone pro chuchuzinho Ed. Acabando o
sarau, iniciamos nossa jornada em busca de acessibilidade. Tem um detalhe que
eu TENHO que contar: Quando chegamos, aproximadamente às 18h, fui no banheiro
de um estabelecimento (pq banheiro químico é F*), usei o banheiro
tranquilamente. Depois de uma hora mais ou menos, me cobraram 1,00 *UMA DILMA*
para eliminar os líquidos alcoólicos em segurança.
Aproximadamente às 03h da madrugada, tive que ir ao banheiro
novamente; novamente procurei algum estabelecimento e me cobraram quanto? 3,00
*TRÊS DILMAS* para poder, novamente, eliminar líquidos alcoólicos. Mas poxa
vida... Não há a mínima condição de mulheres usarem esse tal de banheiro
químico, só queria ressaltar que faltam banheiros limpos. Eu não posso fazer
xixi no poste ou numa árvore como alguns homens fazem, e mesmo que no banheiro,
impossível usar aquilo sem pegar alguma doença. #Ficaadica para os
organizadores. Quanto à acessibilidade para cadeirantes e deficientes visuais:
não há. A cidade tem rampas de acesso, mas é "uma calçada sim, a outra,
não", ou seja, você tem que alternar o trajeto até achar a rampa na faixa
de pedestre. Fora os buracos ante e pós rampa, que não ajuda muito, a não ser
que você queira dar umas cambalhotas. Sugiro que o Chico Brito ajude nessa
questão, ele é prefeito de Embu das Artes, mas adora pavimentar as ruas mesmo
sem elas precisarem. Principalmente em ano de eleição... Poxa, gastem esse
dinheiro... Se não por nós; pelos gringos pra copa! Bom, houveram muitos
obstáculos no curto caminho até a Praça Roosevelt. Quero, inclusive;
parabenizar os amiguinhos farreiros, que sempre paravam suas farras nos bares
para abrirem caminho para a cadeira passar, vocês foram super gentis, beijos s2
Não vimos arrastões onde ficamos, mas é evidente que foi uma noite violenta e é
de suma importância que o público se conscientize e não arrume confusões em um
evento que trás tanta arte (e tudo free). Mais respeito coletivo meu povo! Povo
contra povo, é malss!! Vamos apropriar o espaço público em paz, usufruir dele
em paz, afinal, é um dos poucos eventos que nos favorece tanto culturalmente em SP. Não sejam vítimas de
si mesmos, nem do sistema... Vimos os especiais da banda Emblues Beer Band e da
Cabaré Três Vinténs, que estavam participando do "Maior Festival de Jazz
do Mundo: O Jazz na Kombi" (Uhul), que foi organizado de forma
independente e com arrecadação de fundos no estilo chapéu de coco! A partir
daí, só alegria!! Agradecimentos especiais à Takumi Matos, e à todos os amigos
especiais que encontramos no trajeto.
Beijos de luz!!"
Lua Rodrigues
"Galera!
Conforme havíamos anunciado, a
Lua e eu estivemos na Virada Cultural! Me sinto realmente satisfeito por termos
participado de um evento tão importante para a cultura de toda a região
metropolitana de São Paulo!
Conforme
anunciado, chegamos para participar do Sarau Tenda Literária que convidou o
nosso amigo Takumi Matos e eu para a apresentação. Foi a nossa estréia no
evento!
O Coletivo
Tenda Literária conseguiu se manter fiel a suas origens tanto no que diz
respeito ao seu caráter itinerante (seus convidados vieram de diversas regiões
da cidade) quanto ao critério temático de periferia. Poesias de cunho social de
variadas vertentes dominaram toda a apresentação. Dentre os temas abordados, o
feminismo foi o que mais se sobressaiu, contando com uma performance que me chamou muito a atenção, dentre tantas coisas geniais que presenciamos naquela noite, de
Joelma Coutinho e Amanda Miranda. Utilizando como base a música “Geni e o
Zepelim” de Chico Buarque, interpretada por Joelma, personificaram e deram voz
à personagem Geni. Interpretada por Amanda, Geni expôs a vontade de ser livre
em todos os aspectos de seu comportamento cotidiano sem que para isso precise
enfrentar estigmas sociais.
Outros
temas abordados no sarau foram: a cultura nordestina, a igualdade racial e
questões políticas. E outras apresentações também merecem destaque, como a cômica apresentação do cordelista Di Catarino, a original poesia de Vandei Oliveira, o Zé, falando sobre Felicino; e a apresentação musical de Roger Duram, que chamou muita atenção das crianças presentes ao som do Blues.
Como sempre, a apresentação que
Takumi e eu fizemos foi a que mais se diferenciou, tematicamente, do restante
do sarau. Mantivemos o tom de crítica tanto nos solos quanto na apresentação
conjunta. No meu solo, fiz “Olha pra Gente”, uma poesia de minha autoria, que
crítica a maneira como a maioria da sociedade capitalista ocidental pensa e
age, mas no viés humano, não político. O solo do Takumi foram três diminutos
textos, pensamento haikaista, sendo um de sua própria autoria, um de Renato
Limão e um de Carlos Drumond de Andrade, todos falando do poeta e do fazer
poético. Após os solos, apresentamos nosso “Diálogo Poético”, creio que
estávamos com saudades dele. É um texto extremamente político, que faz várias
alusões ás manifestações de junho/julho 2013. Encerramos a nossa participação
com a ajuda da Lua (que ficou muito tempo me auxiliando a fazer a diplomacia
com o microfone, não me dou muito bem com ele... Pois é, como a Lua diz: “Na
frente de um grande poeta, há sempre sua mulher segurando o microfone!”) e do
guitarrista Rico Neves, todo mundo cantando “Retrato“, canção composta por Takumi
Matos e Euzébio Santos.
Após o Sarau, fomos à Praça Roosevelt.
No caminho tropeçamos em algumas barreiras arquitetônicas. Sinceramente, fiquei
bem surpreso com o que encontramos no centro de São Paulo! Em uma das ruas até
cai da cadeira, quando a roda travou num buraco. Em outra, havia uma faixa de
pedestres sem rampa de acesso e com um buraco enorme na outra extremidade; o
que é mais estranho é que todas as ruas próximas deste local estavam adaptadas
perfeitamente, exceto essa calçada. Me pergunto o que havia naquela calçada que
fosse “proibido para cadeirantes”. A resposta óbvia: nada! O outro cruzamento
da rua, que servia para atravessa-la, tinha a tal adaptação. Ou seja um cadeirante
que estivesse sozinho teria de atravessar a rua, fazer o cruzamento do outro
lado e atravessá-la novamente só por que esqueceram-se de fazer duas rampinhas...
Tirando esse caso, que considero um escândalo, haviam calçadas esburacadas que são
incômodas, porém inevitáveis, principalmente em tempo de manifestação política.
Como a minha Mistress Ironic já
salientou em seu feed, aqui na cidade onde moramos, nosso excelentíssimo ditador
parece não se importar muito com a legislação que garante acessibilidade, na
nossa praça central tem uma vaga especial que fica ao lado de um poste! O Elevador
do Centro Cultural está quebrado a um ano, funciona se alguém pressionar o dedo
numa alavanca que eu, por exemplo, não consigo alcançar. Isso me faz depender de
alguém para fazer o que antes fazia sozinho: usar o elevador.
Voltando
à Virada, conseguimos chegar na praça Roosevelt, onde prestigiamos “O Maior
Festival de Jazz do Mundo”! Um evento paralelo, totalmente independente, de bandas
de rua de Blues, Jazz e Jam do coletivo Jazz na Kombi. Nossos amigos da Emblues Beer Band
estavam lá e nos receberam com máximo carinho! Ali fizemos bons amigos.
Ficamos nesse espaço alternativo
o resto, talvez por isso, não tenhamos presenciado nenhum crime. Mas, ouvíamos sempre
o alerta de “cuidado com seus pertences” que indicavam que estavam acontecendo
arrastões. Infelizmente, enquanto a lógica dominante no mundo, for a lei absoluta
do capitalismo, isto é: “quem tem mais posses tem mais poder e quem tem mais
poder é mais feliz” crimes farão parte do nosso cotidiano.
Nos palcos dos saraus, parece que
foi tudo tranquilo durante toda a virada, o policiamento naquela área central me
pareceu maior. Pelo menos, ainda não ouvi relatos de enfrentamentos de grupos
opostos. Pode ser um sinal de que o esquema de organização funcionou.
Foi muito especial para mim essa
madrugada, quero agradecer a Lua e ao Takumi por estarem comigo naquela noite. Ao
convite sempre bem-vindo do Tenda Literária. À Najara Sampaio, que correu
contra o tempo para que a Lua e eu tivéssemos a possibilidade de divulgar nosso
blog através de nosso cartão de visitas, a arte e a produção foram dela! Valeu,
Na!!! Ajudou muito! Agradeço todos que conhecemos durante o evento! E claro, a todos
que nos deram passagem para que eu pudesse transitar!
Parabéns pelo lindo trabalho, sinto-me orgulhoso de possuir amigos tão talentosos!!!
ResponderExcluirQue o projeto cresça e evolua sempre, estarei acompanhando e apoiando <3
Lobo Vagante
Agradecemos de Coração, Lobo!
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