Nascemos da fonte inigualável, inspiração Somos das artes E a elas reverenciamos nossos últimos desejos. A Sacerdotisa e seu Guardião. A Flor e seu Caule. A Onda e seu Mar A Correnteza e seu Leito. A Lua e seu manto noturno A Mulher e seu Homem A Arte que nos completa e se partilha!!! (imagem: Lua Rodrigues Texto: Edgar Izarelli de Oliveira)
sábado, 24 de maio de 2014
Sobre ser vadia...
O título do texto sugere o que afinal?
Sugere algum conto, alguma experiência? Alguma roupa...
Algum pretexto?
Eu poderia colocar "Marcha das Vadias", mas achei um tanto provocativo essa quebra de conceito, por si só, da palavra VADIA.
Deu vontade de fazer uma introdução dramática, acho justo!
Infelizmente, hoje não pude comparecer a Marcha das Vadias, uma marcha feminista, anual e pacífica, que ressalta à luta feminista por respeito. SUPER ME REPRESENTA e é muito importante essa manifestação de conceitos, visando direitos das mulheres (transexuais, bissexuais, homossexuais e heterossexuais).
É muito especial o resultado dessa luta em nós. Fica difícil ser bonita, quando ser bonita é praticamente ser igual à uma pessoa que não se parece em P* nenhuma com você!
Poxa, são tantos padrões impostos, tantas regras de "bom comportamento" que nós temos que engolir a seco todos os dias. Fora o desrespeito: mão na bunda (sem consentimento), estupro, xingamento, submissão, desvalorização...
Pra quê serve o feminismo afinal?
Todos querem RESPEITO. Sejam cachorros, árvores ou pessoas.
Merecemos ser tratados com respeito e NUNCA desvalorizados por não nos encaixar nos padrões.
Existe a luta ambientalista, luta por moradia, luta trabalhista, luta racial, e sim... A luta FEMINISTA.
Feminismo é o nome dado à luta por direitos femininos. Não é uma exclusão de gênero, é o que é, ora!
Vivemos séculos de opressão, não só as moças, também os que tinham qualquer opção diferente do que é julgado puro ou certo.
É uma sequência de padrões, mas quem julga isso não é necessariamente quem dita as regras.
Ninguém dita as regras do corpo e da vida a não ser nós mesmos. Todo e qualquer ser tem o direito de viver da melhor forma possível. De ser feliz como e da maneira que pretender.
Não enquadrem minha alma, ela merece um espaço bem maior que um quadrado.
Estou definitivamente cansada, desses padrões escrotos!
Já descobri que eu pertenço ao meu padrão (e o meu é bem normal pra mim), não tenho vergonha de nada que visto, de nada que digo; de beijar, de amar, de pentear o cabelo ou não.
Se trata de ser feliz e a luta feminista foi um dos motivos de eu declarar a minha liberdade.
Falando um pouco sobre a marcha, agora.
Rola um preconceito IMENSO, por causa de? Peitos.
SIM, PEITOS.
Os peitos são a solução meus queridos! Todo mundo tem peitos, aceite isso.
Por quê as "minas" tem que andar por aí de sutiã ou camiseta? Mesmo que esteja um calor infernal, por quê é errado, uma mulher usar roupas curtas?
Os meus peitos não têm nada de mais especial a não ser o fato de eu ter a bênção de poder ser mãe e poder alimentar meus filhos com eles.
É tão sagrado, tão belo, quanto qualquer corpo.
Ah, e a bunda! Aí.. A minha é igualzinha a sua! Talvez seja um pouco menor, um pouco maior...
Todo mundo tem bunda, não há motivos para um cara violentar uma moça porque ela mostrou a bunda de mais. Não há motivos para ser xingada!
Tudo é corpo, tudo é sagrado. Merece respeito!
E as vadias, mostram as tetas no manifesto, porque esse é justamente o maior ato revolucionário que existe.
Ter CORAGEM de usar o corpo como arte; como fonte de qualquer crítica que seja.
É a maior forma de mostrar ao sistema patriarcal que "tamo pouco se lascando" pra sua opressão. Que entre os meus, eu POSSO fazer isso. Todos podem ver os meus peitos e vão respeitá-los (achando eles bonitos, ou não).
Não, machismo não é sexy.
Machismo mata.
Mata todos os dias, mata por dentro e por fora.
Mata pret@, branc@, índi@, pard@.
E ser vadia, é ser livre. É não ter vergonha do corpo, não ter vergonha de ser como é.
Meu cabelo é bom, é bom do jeito que é, é bom pra mim e me trás muito orgulho como mulher, que se ama e se respeita.
Minhas roupas são legais, tão legais assim do jeito que estão, eu uso saias curtas quando tenho vontade, ando por aí sem sutiã!
NUNCA quis e NUNCA vou querer ser estuprada, muito menos desejar isso à uma irmã.
Se eu quiser raspar os pelos eu raspo, se não estiver afim, não raspo. Não mereço de forma alguma, o desrespeito.
Fora padrões! Eu não quero ser loira, não quero passar batom vermelho hoje, não quero alisar meu cabelo nem quero fazer uma dieta pra emagrecer em um mês.
Tô declarando a minha paixão pela liberdade e pela luta, que é o que nos torna livres e artistas também!
Vadiar, é fazer nada.
(Nada que seja necessariamente o que se pediu pra fazer).
Sou VADIA, tô VADIA, continuarei VADIA.
Beijinhos de luz <3
Lua Rodrigues
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