Materializa-se o sentido do essencial, não
é normal esse afeto afetar-me...
Meus olhos se rebaixam, não conseguindo
refletir tamanha imensidão de todos os cantos.
Transformando os prantos em
poética vulgar. Poética que não define a linear de nada circunstancial. (Na
verdade) crio vocabulários sutis pra defender a falta de sossego e de argumento.
Ainda sou o vento forte que sopra em direção do assombro...
Ainda sou as águas
calmas e frias, imensas e de um vazio profundo...
E ainda sou aquilo que sou
aos olhos de quem me viu!
Sou até mesmo a metamorfose que fui e que ainda estou sendo...
O abstrato das cores que misturam-se e dão a luz a
novas, para a partir daí selar novas provas no silêncio de uma cova.
Ainda
guardo nos lábios o martírio impetuoso, obscuro; mas inocente que apenas se
abriga aqui.
Reza a rezadeira e suas lendas, que a vida é de quem vive e as
metáforas correm por aí livres prontas pra amar!
Lua Rodrigues
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