terça-feira, 20 de maio de 2014

Virada Cultural 2014


"Virada cultural cheia de emoções, me causando refluxos gástricos de palavras entusiasmadas! Começamos bem, assistindo ao sarau Tenda Literária, na Ladeira da Memória... Estruturas em geral foram bem montadas, não tivemos problemas com microfonia e outros bichos de palco, o que é bem bom e merece ser considerado. Apresentações enérgicas, com a galera das quebradas super representando como sempre. A beleza da arte marginal é indiscutível!!! Houve uma ênfase na poesia feminista, negra e pobre, o que é demais! Poesias muito bem interpretadas por quem sabe do que se trata, no dia a dia e por quem simplesmente não aceita engolir os sapos de todos os dias... Pessoas e suas histórias, sempre divinas e cheias de poréns e vírgulas, é mais do que necessário que nossas histórias sejam contadas, que nossas injúrias sejam registradas e estejam presentes em um evento de grande porte como a Virada Cultural, acredito que esse sarau tenha agradado à muitos espectadores com sua qualidade. Takumi Matos e Edgar Izarelli fizeram um diálogo teatral, com improvisos e palhaçada pra variar né rs. Com participação especial de EU MESMA, segurando o microfone pro chuchuzinho Ed. Acabando o sarau, iniciamos nossa jornada em busca de acessibilidade. Tem um detalhe que eu TENHO que contar: Quando chegamos, aproximadamente às 18h, fui no banheiro de um estabelecimento (pq banheiro químico é F*), usei o banheiro tranquilamente. Depois de uma hora mais ou menos, me cobraram 1,00 *UMA DILMA* para eliminar os líquidos alcoólicos em segurança. Aproximadamente às 03h da madrugada, tive que ir ao banheiro novamente; novamente procurei algum estabelecimento e me cobraram quanto? 3,00 *TRÊS DILMAS* para poder, novamente, eliminar líquidos alcoólicos. Mas poxa vida... Não há a mínima condição de mulheres usarem esse tal de banheiro químico, só queria ressaltar que faltam banheiros limpos. Eu não posso fazer xixi no poste ou numa árvore como alguns homens fazem, e mesmo que no banheiro, impossível usar aquilo sem pegar alguma doença. #Ficaadica para os organizadores. Quanto à acessibilidade para cadeirantes e deficientes visuais: não há. A cidade tem rampas de acesso, mas é "uma calçada sim, a outra, não", ou seja, você tem que alternar o trajeto até achar a rampa na faixa de pedestre. Fora os buracos ante e pós rampa, que não ajuda muito, a não ser que você queira dar umas cambalhotas. Sugiro que o Chico Brito ajude nessa questão, ele é prefeito de Embu das Artes, mas adora pavimentar as ruas mesmo sem elas precisarem. Principalmente em ano de eleição... Poxa, gastem esse dinheiro... Se não por nós; pelos gringos pra copa! Bom, houveram muitos obstáculos no curto caminho até a Praça Roosevelt. Quero, inclusive; parabenizar os amiguinhos farreiros, que sempre paravam suas farras nos bares para abrirem caminho para a cadeira passar, vocês foram super gentis, beijos s2 Não vimos arrastões onde ficamos, mas é evidente que foi uma noite violenta e é de suma importância que o público se conscientize e não arrume confusões em um evento que trás tanta arte (e tudo free). Mais respeito coletivo meu povo! Povo contra povo, é malss!! Vamos apropriar o espaço público em paz, usufruir dele em paz, afinal, é um dos poucos eventos que nos favorece tanto culturalmente em SP. Não sejam vítimas de si mesmos, nem do sistema... Vimos os especiais da banda Emblues Beer Band e da Cabaré Três Vinténs, que estavam participando do "Maior Festival de Jazz do Mundo: O Jazz na Kombi" (Uhul), que foi organizado de forma independente e com arrecadação de fundos no estilo chapéu de coco! A partir daí, só alegria!! Agradecimentos especiais à Takumi Matos, e à todos os amigos especiais que encontramos no trajeto.

Beijos de luz!!"

Lua Rodrigues

"Galera!
Conforme havíamos anunciado, a Lua e eu estivemos na Virada Cultural! Me sinto realmente satisfeito por termos participado de um evento tão importante para a cultura de toda a região metropolitana de São Paulo!
            Conforme anunciado, chegamos para participar do Sarau Tenda Literária que convidou o nosso amigo Takumi Matos e eu para a apresentação. Foi a nossa estréia no evento!
            O Coletivo Tenda Literária conseguiu se manter fiel a suas origens tanto no que diz respeito ao seu caráter itinerante (seus convidados vieram de diversas regiões da cidade) quanto ao critério temático de periferia. Poesias de cunho social de variadas vertentes dominaram toda a apresentação. Dentre os temas abordados, o feminismo foi o que mais se sobressaiu, contando com uma performance que me chamou muito a atenção, dentre tantas coisas geniais que presenciamos naquela noite, de Joelma Coutinho e Amanda Miranda. Utilizando como base a música “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque, interpretada por Joelma, personificaram e deram voz à personagem Geni. Interpretada por Amanda, Geni expôs a vontade de ser livre em todos os aspectos de seu comportamento cotidiano sem que para isso precise enfrentar estigmas sociais.
            Outros temas abordados no sarau foram: a cultura nordestina, a igualdade racial e questões políticas. E outras apresentações também merecem destaque, como a cômica apresentação do cordelista Di Catarino, a original poesia de Vandei Oliveira, o Zé, falando sobre  Felicino; e a apresentação musical de Roger Duram, que chamou muita atenção das crianças presentes ao som do Blues.       
Como sempre, a apresentação que Takumi e eu fizemos foi a que mais se diferenciou, tematicamente, do restante do sarau. Mantivemos o tom de crítica tanto nos solos quanto na apresentação conjunta. No meu solo, fiz “Olha pra Gente”, uma poesia de minha autoria, que crítica a maneira como a maioria da sociedade capitalista ocidental pensa e age, mas no viés humano, não político. O solo do Takumi foram três diminutos textos, pensamento haikaista, sendo um de sua própria autoria, um de Renato Limão e um de Carlos Drumond de Andrade, todos falando do poeta e do fazer poético. Após os solos, apresentamos nosso “Diálogo Poético”, creio que estávamos com saudades dele. É um texto extremamente político, que faz várias alusões ás manifestações de junho/julho 2013. Encerramos a nossa participação com a ajuda da Lua (que ficou muito tempo me auxiliando a fazer a diplomacia com o microfone, não me dou muito bem com ele... Pois é, como a Lua diz: “Na frente de um grande poeta, há sempre sua mulher segurando o microfone!”) e do guitarrista Rico Neves, todo mundo cantando “Retrato“, canção composta por Takumi Matos e Euzébio Santos.
Após o Sarau, fomos à Praça Roosevelt. No caminho tropeçamos em algumas barreiras arquitetônicas. Sinceramente, fiquei bem surpreso com o que encontramos no centro de São Paulo! Em uma das ruas até cai da cadeira, quando a roda travou num buraco. Em outra, havia uma faixa de pedestres sem rampa de acesso e com um buraco enorme na outra extremidade; o que é mais estranho é que todas as ruas próximas deste local estavam adaptadas perfeitamente, exceto essa calçada. Me pergunto o que havia naquela calçada que fosse “proibido para cadeirantes”. A resposta óbvia: nada! O outro cruzamento da rua, que servia para atravessa-la, tinha a tal adaptação. Ou seja um cadeirante que estivesse sozinho teria de atravessar a rua, fazer o cruzamento do outro lado e atravessá-la novamente só por que esqueceram-se de fazer duas rampinhas... Tirando esse caso, que considero um escândalo, haviam calçadas esburacadas que são incômodas, porém inevitáveis, principalmente em tempo de manifestação política.
Como a minha Mistress Ironic já salientou em seu feed, aqui na cidade onde moramos, nosso excelentíssimo ditador parece não se importar muito com a legislação que garante acessibilidade, na nossa praça central tem uma vaga especial que fica ao lado de um poste! O Elevador do Centro Cultural está quebrado a um ano, funciona se alguém pressionar o dedo numa alavanca que eu, por exemplo, não consigo alcançar. Isso me faz depender de alguém para fazer o que antes fazia sozinho: usar o elevador.
       Voltando à Virada, conseguimos chegar na praça Roosevelt, onde prestigiamos “O Maior Festival de Jazz do Mundo”! Um evento paralelo, totalmente independente, de bandas de rua de Blues, Jazz e Jam do coletivo Jazz na Kombi. Nossos amigos da Emblues Beer Band estavam lá e nos receberam com máximo carinho! Ali fizemos bons amigos.
Ficamos nesse espaço alternativo o resto, talvez por isso, não tenhamos presenciado nenhum crime. Mas, ouvíamos sempre o alerta de “cuidado com seus pertences” que indicavam que estavam acontecendo arrastões. Infelizmente, enquanto a lógica dominante no mundo, for a lei absoluta do capitalismo, isto é: “quem tem mais posses tem mais poder e quem tem mais poder é mais feliz” crimes farão parte do nosso cotidiano.
Nos palcos dos saraus, parece que foi tudo tranquilo durante toda a virada, o policiamento naquela área central me pareceu maior. Pelo menos, ainda não ouvi relatos de enfrentamentos de grupos opostos. Pode ser um sinal de que o esquema de organização funcionou.
Foi muito especial para mim essa madrugada, quero agradecer a Lua e ao Takumi por estarem comigo naquela noite. Ao convite sempre bem-vindo do Tenda Literária. À Najara Sampaio, que correu contra o tempo para que a Lua e eu tivéssemos a possibilidade de divulgar nosso blog através de nosso cartão de visitas, a arte e a produção foram dela! Valeu, Na!!! Ajudou muito! Agradeço todos que conhecemos durante o evento! E claro, a todos que nos deram passagem para que eu pudesse transitar!
Abraços!"

Edgar Izarelli 



Fotos do Evento


















2 comentários:

  1. Parabéns pelo lindo trabalho, sinto-me orgulhoso de possuir amigos tão talentosos!!!
    Que o projeto cresça e evolua sempre, estarei acompanhando e apoiando <3
    Lobo Vagante

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